Proposta de Redação
A
recente decisão do STF sobre a legitimidade das cotas raciais em universidades
federais e o projeto de lei aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa (CDH) que consolida um sistema que reserva 50% das vagas
oferecidas pelas universidades e institutos federais para cota racial e
social colocam em xeque novamente as discussões em torno da efetividade da
instituição do sistema de cotas no Brasil. Afinal, será que essa prática
conseguirá recompensar os malefícios gerados pela escravidão ou ela irá
reafirmar a tese racista de classificação racial?
Com
base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita
da Língua Portuguesa sobre o seguinte tema: O sistema de cotas irá amenizar as desigualdades raciais ou irá
reafirmar a tese racista de classificação entre raças? Leve em consideração
as ideias oferecidas pela coletânea a seguir, mobilize argumentos, levante
fatos, dados, exemplos que levem seu texto a ir além do senso comum e realizar
uma crítica análise da problemática imposta.
“A
presidente Dilma Rousseff sancionou, em agosto de 2012, a lei das
cotas, que reserva 50% das vagas de universidades federais a alunos oriundos de
escolas públicas. A distribuição das 120.000 vagas a serem ocupadas dessa forma
deverá observar ainda a cor da pele dos candidatos – sempre haverá, portanto,
vagas reservadas a negros, pardos e índios na proporção dessas populações em
cada estado. Metade dessas cotas é voltada a estudantes de famílias de baixa
renda. As federais terão quatro anos para se adaptar às regras, sendo que, já
em 2013, deverão reservar ao menos 25% das vagas.”
(www.veja.abril.com.br/ noticia/educacao/enem-2013)
(www.veja.abril.com.br/ noticia/educacao/enem-2013)
“As cotas raciais são um modelo de ação
afirmativa implantado em alguns países para amenizar desigualdades sociais,
econômicas e educacionais entre raças. A primeira vez que essa medida foi
tomada data de 1960, nos Estados Unidos, para diminuir a desigualdade
socioeconômica entre brancos e negros."
(http://www.brasilescola.com/educacao/sistema-cotas-racial.htm)
(http://www.brasilescola.com/educacao/sistema-cotas-racial.htm)
"A
UNB diz que o sistema de cotas para negros se justifica diante da constatação
de que a universidade brasileira abriga em sua maioria esmagadora pessoas de
cor branca, de modo a valorizar apenas o pensamento de um segmento étnico na
construção das soluções para os problemas atuais de nossa sociedade. O negro
não tem oportunidades comuns às do branco e isso faz com que ele não tenha
acesso à boa educação, ocupando, em sua maioria, posições subalternas, sem a
chance de ter um cargo de prestígio social."
(http://vestibular.brasilescola.com/cotas/pros.htm)
(http://vestibular.brasilescola.com/cotas/pros.htm)
"É
perfeitamente aceitável e desejável que grupos discriminados, excluídos ou
perseguidos devam ser objeto de tratamento especial pelos setores mais
privilegiados da sociedade e do próprio Estado, por meio de assistência social,
educação, saúde e criação de oportunidades. Contudo, simplificar a gravidade
dos problemas econômicos e sociais que afligem parte da população brasileira,
sobretudo os descendentes de escravos, estabelecendo cotas raciais para acesso
às universidades públicas do País, parece-nos injustificado e contraprodutivo,
porque revela uma falta de compreensão completa do papel que essas instituições
de ensino representam."
(http://www.estadao.com.br/noticias/impressocotas-raciais-quem-ganha-quem-perde.htm)
(http://www.estadao.com.br/noticias/impressocotas-raciais-quem-ganha-quem-perde.htm)
Com base nesta proposta, selecionei algumas redações de alunos que se destacaram com uma boa fundamentação, argumentação e proposta prática para o problema apresentado.
Justiça Étnico-social
Todos têm direito à oportunidade, como previsto em lei. Mas sabe-se que há grande disparidade entre o que se é pregado e a realidade. As cotas vêm com o intuito de amenizar esse abismo entre as classes e deve-se tomar cuidado ao fazer críticas (muitas vezes superficiais) sobre o tema.O discurso de que, ao estabelecer um sistema de cotas para as minorias raciais ingressarem em universidades públicas o governo estaria reafirmando o preconceito e discriminação racial/social é frívolo. Fato é que a maioria dos pobres é negra e não tem as mesmas oportunidades dos brancos. E se depender do (auto-regulador) capitalismo, vai continuar não tendo.
O nosso modelo de sociedade atual vem sendo moldado há décadas, afirmando certas classes no poder e outras em condições inferiores à das dominantes. É a partir daí que se torna dever do governo criar medidas para tentar reverter esse quadro.
As de curto prazo, como as cotas, focam na alarmante desigualdade social brasileira. As de longo prazo, como o investimento na educação, devem ser paralelas `as imediatas, para que assim talvez não haja mais necessidade das cotas.
Não basta apenas criticar as medidas governamentais sem antes entender o porquê dessas decisões, sendo que muitas vezes elas dizem respeito a realidades que não são comuns às de quem não concorda com elas. As ferramentas para forjar um futuro devem ser dadas a quem não as tem.
(Guilherme Inã Ferreira)
Desigualdades sociais não serão amenizadas, afinal cotas informam que a pessoa não tem que se esforçar tanto quanto alguém branco para entrar na universidade. Se a intenção do Brasil com as cotas é colocar todos como iguais, então, a minoria é igual na capacidade de se esforçar e se dedicar realmente para conseguir uma vaga. Ninguém precisa de cotas (facilidades) para chegar aonde deseja. Ainda mais com a má qualidade das escolas públicas brasileiras, geralmente as pessoas saem de lá com pouco conhecimento, mas têm certeza de que vão para uma universidade bem mais difícil. Não faz sentido a carência de uma boa base escolar ser compensada com ensino superior avançado.
O preconceito pode ainda aumentar em sala de aula, pois a revolta de um estudante branco que diz que estudou a vida inteira, e estar ali com alguém que se esforça pouco, pode gerar conflitos e a cor da pele pode ser usada como motivo. A “guerra” entre etnias que isso pode causar com certeza não está de acordo com esse objetivo das cotas no Brasil e no mundo. A confirmação do racismo acontecerá se a exclusão for motivada pela cor da pele, não pelo nível de conhecimento das pessoas.
A questão não é que o branco seja melhor que o pardo ou índio, são todos iguais, afinal o Brasil é “um país de todos”. Então, se o branco consegue estudar e correr atrás de boas oportunidades para garantir seu futuro, por que a minoria não conseguiria? Facilitar para a parte da população que sofre preconceitos, já é rebaixá-la a uma categoria em que não conseguiriam atingir suas metas. Cotas não garantem a solução de desigualdade e falta de infraestrutura.
O Estado está super correto em oferecer tratamentos para a saúde, educação e assistência social, desde que sejam feitas desde o início, ou seja, investimento em escolas públicas com boa qualidade. Isso já serviria para uma preparação dos menos favorecidos desde o ensino fundamental. Com essa mentalidade, as pessoas já iriam conhecer a importância do estudo em suas vidas, se dedicariam por vagas por conta própria. Falta ajuda de um governo que finge resolver situações críticas no Brasil, que estão longe do fim.
(Beatris Letzov Peloso)
Essa solução, que deveria a princípio diminuir as desigualdades raciais no País, tende justamente a fazer o contrário. A lei, por si só, já parece uma forma de preconceito, impondo “ajuda” às raças não brancas, e assim, reafirmando um já ultrapassado e sórdido conceito de inferioridade à tais etnias.
Ao invés deste completo ultraje moral, o governo deveria investir mais na prevenção e solução de descasos trabalhistas ligados à cor de pele dos trabalhadores; visto que este sim seria um meio de amenizar na sociedade o preconceito racial e, talvez algum dia, eliminar totalmente este mal.
Todavia, tudo isso por fim só evidencia um ponto central: a péssima educação pública à qual as pessoas de classe baixa (em grande parte constituída por negros) são obrigadas a se submeter. Do que adianta, afinal, as pessoas de baixa renda e de raça não branca terem acesso obrigatório à parte das vagas na universidade, com um nível de escolaridade tão baixo quando o proporcionado pelo Estado?
De fato, as cotas raciais não são somente uma abominação à suposta igualdade dos cidadãos, mas também uma forma de preconceito pelo próprio governo e um passo indubitavelmente contrário ao fim das desigualdades raciais; algo até digno de um País como o Brasil.
(Bruno Gustavo Vieira)
Erros educacionais para a população
As cotas são uma lamentável realidade para o Brasil que sofre com problemas sociais e econômicos, como a desigualdade e o baixo investimento no setor educacional. Essa decisão foi tomada com o objetivo de permitir aos negros oportunidades de formação como as da maioria branca em universidades públicas. Mas isso não garante a solução de vida e nem a abrupta igualdade racial. Nesse contexto, está inserida a ideia muito antiga da escravidão, perdendo seu sentido por não existir mais.Desigualdades sociais não serão amenizadas, afinal cotas informam que a pessoa não tem que se esforçar tanto quanto alguém branco para entrar na universidade. Se a intenção do Brasil com as cotas é colocar todos como iguais, então, a minoria é igual na capacidade de se esforçar e se dedicar realmente para conseguir uma vaga. Ninguém precisa de cotas (facilidades) para chegar aonde deseja. Ainda mais com a má qualidade das escolas públicas brasileiras, geralmente as pessoas saem de lá com pouco conhecimento, mas têm certeza de que vão para uma universidade bem mais difícil. Não faz sentido a carência de uma boa base escolar ser compensada com ensino superior avançado.
O preconceito pode ainda aumentar em sala de aula, pois a revolta de um estudante branco que diz que estudou a vida inteira, e estar ali com alguém que se esforça pouco, pode gerar conflitos e a cor da pele pode ser usada como motivo. A “guerra” entre etnias que isso pode causar com certeza não está de acordo com esse objetivo das cotas no Brasil e no mundo. A confirmação do racismo acontecerá se a exclusão for motivada pela cor da pele, não pelo nível de conhecimento das pessoas.
A questão não é que o branco seja melhor que o pardo ou índio, são todos iguais, afinal o Brasil é “um país de todos”. Então, se o branco consegue estudar e correr atrás de boas oportunidades para garantir seu futuro, por que a minoria não conseguiria? Facilitar para a parte da população que sofre preconceitos, já é rebaixá-la a uma categoria em que não conseguiriam atingir suas metas. Cotas não garantem a solução de desigualdade e falta de infraestrutura.
O Estado está super correto em oferecer tratamentos para a saúde, educação e assistência social, desde que sejam feitas desde o início, ou seja, investimento em escolas públicas com boa qualidade. Isso já serviria para uma preparação dos menos favorecidos desde o ensino fundamental. Com essa mentalidade, as pessoas já iriam conhecer a importância do estudo em suas vidas, se dedicariam por vagas por conta própria. Falta ajuda de um governo que finge resolver situações críticas no Brasil, que estão longe do fim.
(Beatris Letzov Peloso)
Cotas raciais: solução ou preconceito?
A lei de cotas raciais é, seu falta de dúvida, um descaso total à constituição; que identifica todos como sendo iguais e tendo os mesmos direitos e deveres perante as normas do Estado. Essa lei prevê às universidades federais a reserva de vagas para negros, pardos e índios.Essa solução, que deveria a princípio diminuir as desigualdades raciais no País, tende justamente a fazer o contrário. A lei, por si só, já parece uma forma de preconceito, impondo “ajuda” às raças não brancas, e assim, reafirmando um já ultrapassado e sórdido conceito de inferioridade à tais etnias.
Ao invés deste completo ultraje moral, o governo deveria investir mais na prevenção e solução de descasos trabalhistas ligados à cor de pele dos trabalhadores; visto que este sim seria um meio de amenizar na sociedade o preconceito racial e, talvez algum dia, eliminar totalmente este mal.
Todavia, tudo isso por fim só evidencia um ponto central: a péssima educação pública à qual as pessoas de classe baixa (em grande parte constituída por negros) são obrigadas a se submeter. Do que adianta, afinal, as pessoas de baixa renda e de raça não branca terem acesso obrigatório à parte das vagas na universidade, com um nível de escolaridade tão baixo quando o proporcionado pelo Estado?
De fato, as cotas raciais não são somente uma abominação à suposta igualdade dos cidadãos, mas também uma forma de preconceito pelo próprio governo e um passo indubitavelmente contrário ao fim das desigualdades raciais; algo até digno de um País como o Brasil.
(Bruno Gustavo Vieira)
http://www.jornalargumento.com.br/2014/01/especialistas-debatem-o-fenomeno-do.html
ResponderExcluirinformações do Jornal Argumento sobre o tema: rolezinho
LUANA CRISTINA PEREIRA Nº 26 ANO: 2º B
José Paulo 2C (mandei pela central mas recebi uma notificação dizendo que não tinha enviado.)
ResponderExcluirOs 'rolezinhos' são encontros marcados pela internet por adolescentes. Eles costumavam acontecer em shopping, mas, após alguns casos de tumultos, estabelecimentos comerciais conseguiram liminares da Justiça contra as reuniões. Agora, representantes dos shoppings, da Prefeitura e dos organizadores tentam chegar a um acordo sobre locais onde os encontros podem ocorrer na cidade.
A reunião marcada para o meio-dia deste sábado no Ibirapuera servirá também, segundo os ‘rolezeiros’, para conversar com os jovens sobre a necessidade de realizar os encontros em locais autorizados, como parques, Clubes da Comunidade (CDCs) e Centros de Educação Unificada (CEUs). Depois, às 15h, acontecem as apresentações.
Segundo os jovens, representantes da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) participarão do evento para dar uma resposta sobre a realização dos encontros também nos estabelecimentos comerciais. O G1 entrou em contato com a assessoria do Alshop e, até as 16h15, a associação não havia confirmado a participação no evento. fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/02/jovens-marcam-rolezinho-no-ibirapuera-com-apoio-da-prefeitura.html
Argumentos: 1. pode ser considerado perturbação da ordem.
2. é horrivel para os logistas que pagam absurdos por alugueis em shoppings e funcionarios podem ser despedidos.
3.é um evento que pôe em risco a segurança das pessoas.