Com
a recente manifestação do governo sobre o impedimento da apuração do caso
Vladimir Herzog em razão da Lei da Anistia, o assunto da Ditadura e da Comissão da
Verdade ganhou novo fôlego. Com base nos textos abaixo e seus
conhecimentos escreva uma dissertação argumentativa que analise a conquista da
democracia no Brasil.
Texto 1 - Podemos
definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que
os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985.
Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos
constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra
o regime militar.
Texto 2 -
Dilma instala
Comissão da Verdade para investigar crimes na ditadura
(16 de maio de 2012 • Site Notícias Terra)
A presidente brasileira, Dilma Rousseff instalou nesta quarta-feira a
Comissão da Verdade, que terá a responsabilidade de investigar violações dos
direitos humanos durante a ditadura, mas não de julgar os responsáveis.
Rousseff, que chorou ao lembrar o sofrimento dos
familiares dos mortos e desaparecidos durante a ditadura, nomeou sete
integrantes da comissão em um ato em que participaram os ex-presidentes
brasileiros, assim como os comandantes das Forças Armadas. A presidente
garantiu que o objetivo da comissão será recuperar a verdade sem revanchismo
para alcançar a reconciliação nacional.
"O Brasil merece a verdade, as novas gerações
merecem a verdade e, especialmente, merecem a verdade todos que perderam amigos
e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo a cada
dia", afirmou Dilma, que interrompeu seu discurso pelos aplausos e para
secar suas lágrimas.
A comissão terá um prazo de dois anos para
investigar crimes contra os direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988,
embora se concentre no último regime militar (1964-1985).
"Não somos movidos por revanchismo, o ódio ou
o desejo de escrever a história de uma forma diferente da que ocorreu, mas a
necessidade de conhecer sem ocultamento", disse a presidente, que esteve presa
dois anos por sua militância em um movimento de esquerda que combateu a
ditadura.
Sem citar especificamente a Lei de Anistia de 1979
que impede levar à justiça suspeitos de torturar, sequestrar ou assassinar
durante a ditadura, Dilma lembrou que o Brasil recuperou a democracia graças a
pactos políticos que serão honrados pela Comissão da Verdade. "Assim como
respeito a luta pela democracia também respeito os pactos políticos que nos
levaram à redemocratização", afirmou.
Dilma alegou que a instalação da comissão é um ato
de Estado e não de Governo e nesse sentido disse estar alegre por ter a
companhia dos líderes que a antecederam durante os 28 anos desde o fim dos 21
anos de ditadura militar. Em um ato simbólico, Rousseff chegou à cerimônia após
descer a rampa interna do Palácio do Planalto ao lado dos ex-presidentes José
Sarney (1985-1990), Fernando Collor de Mello (1990-1992) Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
A presidente destacou que a comissão foi criada
durante o Governo Lula e que teve como antecedente a decisão de Cardoso de
reconhecer a responsabilidade do estado nas violações aos direitos humanos
durante a ditadura e compensar os familiares dos mortos e desaparecidos.
A comissão será integrada pelo ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, o ex-procurador-geral da República
Claudio Fonteles, o ex-ministro de Justiça José Carlos Dias, o sociólogo Paulo
Sergio Pinheiro, a psicanalista María Rita Kehl, o advogado José Paulo
Cavalcanti Filho e a advogada Rosa María Cardoso da Cunha, amiga pessoal de
Dilma e defensora de presos políticos durante a ditadura.
Apesar da lei de criação da comissão estabelecer
que sejam investigadas tanto as violações cometidas pelos agentes do estado
como pelos militantes que se opuseram à ditadura, seus integrantes deixaram
claro que se concentrarão nos primeiros.
Texto 3 - Saudades da
ditadura
“O problema da moçada da USP é a
saudade de um período que eles não conheceram. Nasceram com atraso. Daí a
obsessão por fantasiar um entorno de repressão e obscurantismo contra o qual
`resistir”.
A nostalgia da ditadura dilacera a
moçada da USP especializada em ocupar prédios da Cidade Universitária.
“Abaixo a ditadura na USP”, dizia um
dos cartazes expostos no prédio da reitoria durante o período em que ele esteve
ocupado. Com a palavra “ditadura”, atirou-se sem economia no reitor, na Polícia
Militar, no governo paulista.
Pobre meninada…
Depois que a PM, na madrugada da última
terça-feira, acabou com a ocupação, os estudantes divulgaram um manifesto em
que denunciavam a ação policial como “repressão sem precedentes”, realizada “na
calada da noite” e “num clima de terror que lembrou os tempos mais sombrios da
ditadura militar”.
“Clima de terror” é sempre bom invocar, e,
se a ação se deu antes de o sol raiar, é de rigor aplicar-lhe essa clássica das
clássicas expressões da literatura policial que é a “calada da noite”, mas…
Pobre meninada – não adiantou caprichar na retórica. A operação da polícia,
realizada no quadro legal de uma reintegração de posse, não produziu um mísero
ferido.
[Roberto Pompeu de Toledo,
revista Veja, 19/11/2011]
Texto 4 - Geração
Coca-Cola
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos USA, de nove as seis.
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos USA, de nove as seis.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Depois de 20 anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
[Legião Urbana]
