TEMA PARA A REDAÇÃO
Boa parte das minorias sociais e da sociedade civil organizada encontrou nas manifestações Públicas um modo de chamar atenção do governo. "Como nunca na história desse país", marchas e paradas, que reúnem milhares de pessoas, são usadas como plataformas atrativas do foco discursivo para os anseios desses grupos "não ouvidos".
Disponível em: http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2011/06/15/marcha-da-maconha-debate-ou-baderna-924692133.asp. Acesso em: 28/10/2011. Adaptado.
Marchas e marchas – reflexões sobre o tema
Nestes últimos dias estamos vivendo a “febre das paradas”. É parada pela legalização da maconha, parada dos bombeiros do Rio, parada pela liberdade de expressão, parada gay, parada dos “evangélicos” – marcha para Jesus? – e ainda tem a parada de 7 de Setembro pela independência do Brasil. Haja parada!
Disponível em: http://www.presbiteriodopantanal.com.br/portal/?p=280.. Acesso em 28/10/2011. Adaptado.
O STF decidiu, enfim, que o artigo 5º da Constituição é legal, de forma que o direito constitucional de livre expressão é um direito, e liberou as manifestações favoráveis à legalização da cannabis , as marchas da maconha.
Ingrediente extra para inflamar a marcha para Jesus que acontece esta quinta em São Paulo: porque a livre expressão brasileira permite manifestações claras de intolerância e preconceito, desde que não carregue insígnias muito vistosas, como suásticas em camisas pretas: ser contra a criminalização da homofobia, usando camisetas com Jesus, por exemplo, é tolerado – e até visto como um valor positivo, firmeza de caráter, liberdade de culto.
Disponível em: http://comportament/ogeral.blogspot.com/2011/06/marchas-paradas-velocidade.html. Acesso em 28/10/2011. Adaptado.
Considerando o conteúdo dos textos acima, escreva uma redação na qual você expõe e analisa o fenômeno das marchas e paradas, como movimentos reivindicatórios ou de demonstração de força de determinada entidade de classe ou religiosa, ou mesmo de movimentos corporativistas.
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Prazo para o envio de textos: 30/03/2012
Comentários/argumentações: 02/04 à 06/04
Redação em sala: 10/04 (2A, 2C) 09/04 (2B)
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Alguns textos que veicularam em jornais e internet sobre esse tema: Marchas
É importantíssimo a leitura e conhecimento sobre o assunto para poder escrever com propriedade...
Marchas, revolta e geração
Nos recentes protestos no Brasil, juventude não ficou “em casa”: nem diante do computador, nem em coletivos autofágicos — como o de A Chinesa, de Godard
Em A chinesa, de 1967, Jean-Luc Godard filma o dia-a-dia de um coletivo maoísta, às vésperas do Maio de 1968. Baseado no romance Os demônios, de Dostoievski, os personagens são jovens estudantes de Paris, em processo de imersão no imaginário radical dos anos 1960. Passam os dias entre densas leituras marxistas, canções, palavras-de-ordem e cartazes políticos, planejando
a iminente revolução. Na câmera de Godard, o sisudo visual militante se converte no pop. O preto-no-branco do discurso revolucionário se colore e se diversifica. Godard parece ambíguo, entre um retrato justo das aspirações transformadoras da geração de 68 e uma sátira nada condescendente, a enxergar naqueles jovens meros pequeno-burgueses deslumbrados: somente flertam com a idéia de revolução, assumida mais como aspecto identitário e estetizante que práxis. Possivelmente, a leitura mais completa dessa peça da resistência da nouvelle vague seja contornar qualquer classificação definitiva. Em vez do: essa juventude é isso ou é aquilo, abrigar a generosidade do real com a conjunção e: isso e aquilo.
Quemparticipou das marchas das liberdades, em São Paulo, Rio de Janeiro e outras metrópoles brasileiras, talvez compreenda melhor ao que me refiro, quando falo em percepção essencialmente ambígua. Porque foram manifestações urbanas eminentemente elitizadas, brancas, tocadas pelos filhos da classe-média. Não admira o pequeno porte, uns poucos milhares de manifestantes, nem a relativa aversão explicitada por grupos da periferia. No Rio, a marcha reuniu várias pautas, das LGBTT e feministas à resistência cultural anti-Ana de Hollanda e contra a propriedade autoral. No entanto, predominou a pauta da legalização da maconha. Uma reivindicação aliás fundamental, na medida em que essa proibição constitui uma das causas principais da violência urbana, de um controle social racista e da corrupção eleitoral. Por deficiências da organização, o maior interessado na legalização — o morador pobre e negro da periferia — não se mobilizou. Já a marcha dos 50 mil pelos bombeiros, há uma semana, se por um lado contou com desconcertante contingente das periferias cariocas, por outro se concentrou quase inteiramente na agenda corporativa salarial e por melhores condições, bem como pela libertação dos presos políticos. Percebe-se, de cara, a distância das recentes marchas em relação ao movimento generalizado do 15-M da Espanha e, com ainda maior separação, das revoluções árabes.
Daí tantas críticas às recentes passeatas e àquelas agendadas para o futuro próximo. Não passariam de espasmos da elite, despolitizados e impotentes. Seriam tão pateticamente comoventes quanto formar um cordão humano para abraçar a Lagoa Rodrigo de Freitas em nome da “paz”, ou quanto o ativismo-de-dondoca do Cansei, em 2007, que chegou ao cúmulo de vaiar aviões decolando. Essas críticas têm a sua razão de ser. De fato, muitos crêem que fazer a sua parte se limite a indignar-se ante a corrupção, reclamar dos políticos, reciclar o lixo, velar pelo tom politicamente correto, consumir orgânicos, ir ao emprego de bicicleta e minutar o seu dia numa mídia social qualquer. Tenho a impressão que essa atitude “consciente” seja até mais comum do que aquela de quem não está nem aí, que fica na sua vidinha privada, sem opinião, e no fundo só quer se dar bem.
Na dita geração Z, hoje com até 20 anos, a ausência de revolta parece ter se agravado. Quantas vezes não fui pessimista, e reclamei que essa geração não se rebela à vera. Não se revolta sequer contra os pais; adolescentes com dentes alinhados e narizes corrigidos, bem alimentados, bem cuidados, bem tratados por famílias perfeitinhas, parecem grandes laranjas brilhosas, mas sem carne e sem veia aberta.
Ampliando o espectro, a geração nascida da metade dos anos 1970 em diante não experimentamos nenhuma grande decepção histórica. Não vivenciamos 1968 ou 1989. Essas pessoas com até 40 anos fomos ensinados a desconfiar de grandes narrativas (noutras palavras, aderir acriticamente a uma única narrativa, a do capitalismo hegemônico, que assim se naturaliza e se reproduz). A descrença é sistematicamente endossada pela repetitiva culpabilização das ideologias e do pensamento radical, — condenados inapelavelmente pelos regimes de horror do século 20.
Essas críticas também têm a sua pertinência. Com efeito, o formato antigo de agremiações centralizadas, coesas numa verdade e altamente disciplinadas não cabe mais, pois não há mais Palácio de Inverno a se tomar. Num capitalismo globalizado, difuso e sem centro, a exploração se imiscui nas frinchas do cotidiano. Qualquer resistência eficaz deve ir além de dogmáticas e coletivos duros, para mexer com a produção de subjetividade. Nesse sentido, a Praça Tahrir, o 15M e, em menor grau, as marchas brasileiras de 2011, exprimem um caminho bastante oportuno. Mais que isso, nesse contexto, a constituição de redes produtivas autônomas (como os Pontos de Cultura, os coletivos de rap e hip-hop, a blogosfera de esquerda, o Fora do Eixo etc), o código colaborativo do software livre e da wikipídia, e mesmo o singelo ato de baixar e compartilhar conteúdos livremente pela internet, — tudo isso se torna imediatamente político e resistente.
Mas não deslumbremos. Em tempos de super-fluxos e redes de redes, não percamos a lucidez. Nada substitui a ocupação de ruas e praças. Nada substitui “uma rebeliãozinha de vez em quando“, o que, para Thomas Jefferson, é constitutivo da democracia. As marchas têm o papel de resgatar o movimento de rua, que a internet jamais substituirá. As novas formas de organização qualificam a ocupação intensiva do espaço público, jamais a dispensando. A força das redes não fica apenas no online, mas na articulação nas texturas urbanas, na organização e funcionamento da metrópole. Na realidade, o capitalismo condiciona os espaços, ritmos e escoamentos da cidade numa matriz totalmente contingente, que colapsa rápido nessas horas de rebelião. Como por sinal se viu em Túnis, Tahrir, Pérola, Puerta del Sol e Praça Catalunha, — que nada significariam se as pessoas não tivessem saído de suas casas para as mil crônicas da rua. Tomar ruas e praças continua essencial em qualquer democracia e deveria ser o hábito por excelência do cidadão.
Por tudo isso, conquanto as críticas mencionadas sejam pertinentes e mesmo necessárias, é preciso reconhecer uma abertura potente nas marchas de 2011. Pessimismo na razão, otimismo na ação. Tem algo aí que pode crescer tanto em quantidade, quanto qualitativamente (na intensidade do desejo). Faltou a revolta da periferia, sim, mas não faltaram conexões para que isso ocorra e em breve. O modo de desdobrar o movimento tem uma dinâmica expansiva. Afinal, as pessoas não ficaram em casa: nem diante do computador, nem em coletivos autofágicos como em A chinesa. Foram pra rua, generosos e sem preconceitos, pra conhecer o diferente, pra aprender coisas novas, pra se enredar com o outro. O desafio, agora, penso eu, está em recompor a classe em movimento. Consiste em desatar o nó, que impede que todas as demandas se reúnam
na sua diferença. Isto é, sem unificação numa única verdade, por uma única luta, por um único livro vermelho. É a mesma luta, diferentes.
–
“Para muita gente a verdadeira perda do sentido político consiste em se juntar a uma formação partidária, submeter-se a sua regra, sua lei. Para muita gente também quando se fala de apolitismo, fala-se antes de tudo de uma perda ou de uma ausência ideológica. Eu não sei o que vocês pensam quanto a isso. Para mim a perda política é antes de tudo a perda de si, a perda de sua cólera assim como a de sua doçura, a perda de seu ódio, de sua faculdade de odiar assim como a de sua faculdade de amar, a perda de sua imprudência assim como a de sua moderação, a perda de um excesso assim como a perda de uma medida, a perda da loucura, de sua ingenuidade, a perda de sua coragem como a de sua covardia, a de seu terror diante de tudo assim como a de sua confiança, a perda de suas lágrimas assim como a de seu prazer. É isso o que eu penso.” (Marguerite Duras, “La perte politique”, Cahiers du Cinéma nº 312-313, junho de 1980, apud Revista Contracampo).
Fonte: http://www.outraspalavras.net/2011/06/23/marchas-revolta-e-geracao/
A Marcha para Jesus, a Parada Gay e os medos
A Marcha para Jesus, evento convocado por várias denominações evangélicas e que acontece anualmente em São Paulo, reuniu muita gente ontem. Os organizadores falaram em 5 milhões. É um possível exagero. A Polícia Militar, em 1 milhão, mas esse número, deixou claro, dizia respeito apenas às pessoas que se concentravam na praça Heróis da FEB, na Zona Norte da cidade, local de chegada da caminhada. O ponto principal da concentração, a partir das 10h, era a Praça da Luz. Mas havia dezenas deles espalhados no trajeto. As ruas foram tomadas por um mar de fiéis.
Cinco milhões? É muito! Um milhão? É pouco! A verdade deve andar aí pela metade da soma dos dois números (3 milhões?), o que já é algo fabuloso, sobretudo porque, à diferença de algumas concentrações festivas ou de apelo carnavalesco, esta congrega pessoas com convicções religiosas, realmente engajadas na causa. Dispensam-se os curiosos de certos eventos, que ficam parados na calçada assistindo ao desfile de alegres bizarrices.
A marcha acontecia na Avenida Paulista e adjacências. Dados o número de pessoas e os transtornos óbvios que ela provocava no trânsito da cidade, as lideranças evangélicas concordaram com a mudança de lugar. Como Deus, a rigor, não precisa nem mesmo de um templo, também não precisa da Paulista. A tal Parada Gay, no entanto, que também reúne milhões (boa parte de curiosos) e que interfere drasticamente no direito de ir e vir, continua a ser realizada na avenida. Em nome de Deus, não se pode parar o trânsito, mas da causa gay, sim, de onde decorre um corolário: no que concerne ao direito de ir e vir ao menos, a militância homoafetiva está acima do divino… E o mesmo se diga dos que marcham em favor da maconha: a Paulista está vedada ao Deus cristão, mas aberta aos, como é mesmo?, cultores de Jah…
Como não resisto à ironia, é nessas horas que me ocorre lembrar certos doutores: todos os deuses dos gentios são demônios (xiii, lá vem protesto dos ignorantes que nem sabem do que estou falando…).
De saída, uma questão óbvia: ou a Marcha para Jesus volta para a Paulista, ou a Parada Gay sai da Paulista. E quem criou essa oposição não fui eu, mas o poder público. Adiante. Vocês sabem que o segredo de aborrecer é dizer tudo. Embora, do Jornal Nacional, tenha sobrado a impressão de que milhões estavam nas ruas só dando “vivas” a Jesus, a verdade é que o evento se caracterizou por duros discursos contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente pela reconhecimento da união civil entre homossexuais e pela liberação da Marcha da Maconha — uma decisão fere o Artigo 226 da Constituição; a outra, o Artigo 287 do Código Penal.
Informa a Folha: “O pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, chegou a recomendar aos fiéis que não votem em políticos que sejam favoráveis à união gay. ‘O povo evangélico não vai ser curral eleitoral’, disse. ‘Se governador, prefeito ou presidente for contra a família, não terá nosso voto.’ Para Malafaia, o Supremo ‘rasgou a Constituição’ ao permitir a união civil entre homossexuais. O pastor negou que seja homofóbico. No Congresso, 71 deputados e três senadores são ligados a igrejas evangélicas. (…) Pastor da Igreja Universal, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) criticou o ‘ativismo judicial’ e disse que ‘não é possível que seis iluminados se julguem capazes de decidir por 200 milhões’.”
Aqui só um reparo ao que diz Crivella: os 11 do Supremo têm, sim, o papel de decidir questões constitucionais que dizem respeito a 200 milhões. O que não podem fazer, aí sim, é atuar contra a letra da Constituição e dos códigos legais em nome do tal “ativismo judicial” ou o que seja. Até porque, havendo ativismo judicial de um lado, é quase certo que algum outro Poder — no caso, o Congresso — está a padecer de “passivismo legislativo”… E como eu não seria eu se não escrevesse o que vai agora, então escrevo: Crivella é da Universal do Reino de Deus, a seita liderada pelo lulista Edir Macedo. Macedo é um ardoroso defensor do aborto, como se pode ver aqui. E não tem pejo de recorrer à Bíblia, numa leitura torta, para justificá-lo. Eu diria que a defesa do aborto é uma violação da Constituição moral dos cristãos. Encerro o parágrafo e volto ao leito.
Este Brasil que marchou ontem costuma ser tratado a pontapés na “imprensa progressista”, tanto quanto aquele que marchará depois de amanhã parece carregar todos os valores do humanismo superior, embora ninguém tenha dúvida de qual deles está de acordo com os valores da esmagadora maioria dos brasileiros. Atenção! A maioria não está necessariamente certa só porque maioria — aliás, a história ensina que pode, eventualmente, estar estupidamente errada. Mas é de uma soberba estupenda que valores solidamente arraigados na cultura brasileira sejam tratados apenas como uma tolice do senso comum a ser superada por um ente de razão civilizador, que vai educar o povo ex officio.
Tenho para mim que as atuais oposições só voltarão ao poder no Brasil no dia em que não tiverem mais medo dos que marcharam ontem nem dos que marcharem depois de amanhã. São medos diferentes, evidentemente, mas que se combinam: num caso, a oposição teme parecer reacionária; no outro, teme não parecer progressista; em qualquer caso, fica imobilizada. Os crentes e os gays vão para a praça, e os oposicionistas ficam dando milho aos pombos…
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-marcha-para-jesus-a-parada-gay-e-os-medos/
Marchas em Escala regional
O Diretas Já foi um dos maiores movimentos da história do Brasil. Em 1983 e 1984, milhões de pessoas saíram as ruas em diversas manifestações a favor das eleições diretas para a presidência da república. Desde então, a luta pelos direitos e anseios do povo continuaram, mas as motivações passaram a ser outras. As causas políticas ficaram em segundo plano, para o crescimento da luta pelos direitos sociais e de liberdade de expressão. Em Joinville, nos últimos anos, algumas manifestações, como a Marcha para Jesus e a Parada da Diversidade, ganharam espaço e começam a se firmar. Mas o calendário ainda tem espaço para outras marchas. Neste ano, a grande novidade é a Marcha da Maconha, marcada para o dia 18 de setembro.
Organizada primeiro em Florianópolis, a Marcha da Maconha chega, este ano, à segunda cidade de Santa Catarina. Após alguma discussão, um grupo de 10 pessoas, intitulado Plante Ideias, resolveu realizar a marcha em Joinville, com o apoio do Instituto Cannabis. Segundo um dos organizadores, Bruno Camargo, a manifestação conseguiu ultrapassar algumas barreiras e recebe um apoio razoável da população. O vereador Maurício Peixer se posicionou contra, e encaminhou uma Moção ao prefeito Carlito Merss, que solicitava o impedimento da marcha. Isso porque, no entendimento dele, a manifestação caracteriza a apologia ao uso de entorpecentes. Bruno justifica que esta não é a motivação. “Estamos questionando uma mudança na lei e não mandando fumarem maconha. O objetivo é chamar a atenção para a mudança desta lei insana, que está contribuindo para o enriquecimento do tráfico”, diz.
O estudante Thiago Seco é um dos 500 participantes esperados pela organização para aderirem à marcha. Ele participou de manifestos não-oficiais nas cidades de Santos e São Paulo, como a Passeata Verde, ocorrida em 2004 na capital paulista, e é favorável a descriminalização da maconha para consumo pessoal. “Essa história de guerra contra as drogas não resolve em nada, só traz mais força e poderio ao tráfico”, diz. Para ele, qualquer movimentação, desde que seja de forma regrada e contextualizada, é válida. “Só o fato de fazer as pessoas levantarem de suas cadeiras e lutarem por um livre debate de ideias e respeito ao próximo, é estimulante”.
Para a socióloga Valdete Daufembach, as manifestações acontecem devido à falta de diálogo, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade. “Elas não conseguem o objetivo de imediato, mas conseguem abrir o diálogo. Primeiro, as pessoas passam a tolerar, depois começam a compreender e por fim vem a aceitação. E isso leva tempo”. Para ela, a Marcha da Maconha é positiva porque se trata de um tabu que será discutido. A socióloga defende, também, que a discussão não precisaria chegar as ruas se fosse antecipada pelas famílias e pela escola.
Apesar de a Constituição Federal garantir o direito à liberdade de expressão, o pastor Gilson Siqueira, presidente do Conselho de Pastores de Joinville, acredita que “a proposta deles é um desserviço a sociedade”. Ele defende que as pessoas que são a favor da descriminalização da maconha deveriam visitar as casas de recuperação para ver os danos causados pela droga. “Quando um camarada vem postular a marcha da maconha, ele é um aproveitador. Isso é inoportuno e vazio de conteúdo”, opina. Como presidente do conselho de pastores, Gilson é um dos organizadores da Marcha para Jesus, que, na edição deste ano, teve como tema “Joinville Contra as Drogas”. O evento aconteceu em julho e contou com a participação de cerca de 12 mil pessoas de várias religiões. “Mesmo com a chuva e o frio, as pessoas mostraram a motivação. Teve mães que levaram seus filhos, pessoas pobres e ricas, de todas as cores e idades”, conta o pastor. Todos os anos há um tema específico que visa a conscientização da população. Para o próximo ano, o tema ainda não foi definido, mas deve ser uma marcha verde, com uma proposta relacionada ao meio ambiente.
Assim como há pessoas que marcham pela fé, outras lutam pelos direitos da minoria. Há três anos, a Associação Arco -Íris realiza, em Joinville, a Parada da Diversidade. A luta coletiva contra a homofobia em Joinville começou em 2008, quando foi realizada a primeira edição. No ano seguinte, o evento ganhou força e foi contemplado pelo Mecenato Municipal, por meio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), recebendo R$ 40 mil de uma empresa que não quis mostrar a marca no evento. Além disso, a Prefeitura apoiou com R$ 25 mil, utilizado para a divulgação. No ano passado, talvez pela grande polêmica que o apoio municipal gerou na sociedade, o repasse foi cortado. A diferença entre a parada joinvilense e as demais é justamente o fator financeiro, pois foi criada com outros objetivos. Um dos organizadores do evento, Leonel Camasão, ressalta que as paradas de outras cidades são tratadas como atrações. “Em Florianópolis, o controle da parada é da indústria hoteleira, porque é um evento para turistas. Aqui é diferente”.
Em Joinville, a Parada da Diversidade não acontece sozinha. O evento é apenas uma das atrações da Semana da Diversidade, voltada ao público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Durante sete dias, a Associação Arco-Íris promove debate com especialistas, eventos acadêmicos e até exibições de produções cinematográficas ligadas ao tema. Para Camasão, este tipo de manifestação é positiva porque serve para colocar o assunto em evidência. “O problema existe. A cada 36 horas, um homossexual é assassinado. Esse é um espaço rico para expor tudo isso”, defende. Além de uma forma de debate, o evento também serve para dar maior visibilidade a comunidade LGBT. Neste ano, a organização do evento optou em não realizar a semana por causa de reformulações que acontecem na Associação, mas a Parada deve voltar novamente em 2012.
Fonte: http://www.ielusc.br/portal/?REVI&NOT=2247
Marchas e Paradas
BRASÍLIA
- O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira que a Justiça não pode proibir a realização de protestos em prol da descriminalização do uso de drogas. Foi o primeiro a votar no julgamento que decidirá se a Marcha da Maconha e eventos similares são o retrato da liberdade de expressão, ou apologia ao crime - como interpretam alguns juízes brasileiros. Para Celso, o Estado não tem o direito de proibir o exercício do livre pensamento, um pressuposto garantido na Constituição Federal.
Retirado de: http://oglobo.globo.com/politica/ministro-celso-de-mello-relator-do-processo-defende-marcha-da-maconha-2875301
Marcha contra a Corrupção
Cerca de 25 mil pessoas participaram nesta quarta-feira (7) da Marcha Contra a Corrupção, em Brasília. Com cartazes pregando o fim do voto secreto dos parlamentares e contra a absolvição da
deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), os manifestantes ocuparam toda a Esplanada dos Ministérios até a praça dos Três Poderes. Inicialmente, a Polícia Militar calculou em 10 mil o número de presentes à marcha, mas logo após o fim da manifestação admitiu que 25 mil compareceram. A organização contava com uma adesão entre 25 mil e 30 mil pessoas.
Organizada nas redes sociais – como o Facebook, o Twitter e o Orkut –, a marcha se valeu de cartazes e faixas, algumas bem-humoradas e outras mais radicais, para apelar a um sentimento de mobilização que não se via desde a época dos caras pintadas, quando houve o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
O técnico em processamento de dados Charles Guerreiro, 42 anos, organizou um pequeno grupo com vassouras e baldes de água e sabão. O objetivo era, nas palavras dele, ajudar a presidente Dilma Rousseff a continuar a “faxina” contra a corrupção. Juntos, lavaram a entrada do Ministério da Agricultura.
- Nós sabemos que o dinheiro que alimenta a corrupção retira direitos do cidadão como saúde e educação. Não aceitamos mais esse desrespeito com a população. Exigimos o fim da impunidade e do voto secreto. Queremos saber quem são os ladrões que acobertam os outros.
Boa parte das minorias sociais e da sociedade civil organizada encontrou nas manifestações Públicas um modo de chamar atenção do governo. "Como nunca na história desse país", marchas e paradas, que reúnem milhares de pessoas, são usadas como plataformas atrativas do foco discursivo para os anseios desses grupos "não ouvidos".
Disponível em: http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2011/06/15/marcha-da-maconha-debate-ou-baderna-924692133.asp
Nestes últimos dias estamos vivendo a “febre das paradas”. É parada pela legalização da maconha, parada dos bombeiros do Rio, parada pela liberdade de expressão, parada gay, parada dos “evangélicos” – marcha para Jesus? – e ainda tem a parada de 7 de Setembro pela independência do Brasil. Haja parada!
Disponível em: http://www.presbiteriodopantanal.com.br/portal/?p=280.
Ingrediente extra para inflamar a marcha para Jesus que acontece esta quinta em São Paulo: porque a livre expressão brasileira permite manifestações claras de intolerância e preconceito, desde que não carregue insígnias muito vistosas, como suásticas em camisas pretas: ser contra a criminalização da homofobia, usando camisetas com Jesus, por exemplo, é tolerado – e até visto como um valor positivo, firmeza de caráter, liberdade de culto.
Disponível em: http://comportament/ogeral.blogspot.com/2011/06/marchas-paradas-velocidade.html. Acesso em 28/10/2011. Adaptado.
Considerando o conteúdo dos textos acima, escreva uma redação na qual você expõe e analisa o fenômeno das marchas e paradas, como movimentos reivindicatórios ou de demonstração de força de determinada entidade de classe ou religiosa, ou mesmo de movimentos corporativistas.
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Prazo para o envio de textos: 30/03/2012
Comentários/argumentações: 02/04 à 06/04
Redação em sala: 10/04 (2A, 2C) 09/04 (2B)
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Alguns textos que veicularam em jornais e internet sobre esse tema: Marchas
É importantíssimo a leitura e conhecimento sobre o assunto para poder escrever com propriedade...
Marchas, revolta e geração

Nos recentes protestos no Brasil, juventude não ficou “em casa”: nem diante do computador, nem em coletivos autofágicos — como o de A Chinesa, de Godard
Em A chinesa, de 1967, Jean-Luc Godard filma o dia-a-dia de um coletivo maoísta, às vésperas do Maio de 1968. Baseado no romance Os demônios, de Dostoievski, os personagens são jovens estudantes de Paris, em processo de imersão no imaginário radical dos anos 1960. Passam os dias entre densas leituras marxistas, canções, palavras-de-ordem e cartazes políticos, planejando
a iminente revolução. Na câmera de Godard, o sisudo visual militante se converte no pop. O preto-no-branco do discurso revolucionário se colore e se diversifica. Godard parece ambíguo, entre um retrato justo das aspirações transformadoras da geração de 68 e uma sátira nada condescendente, a enxergar naqueles jovens meros pequeno-burgueses deslumbrados: somente flertam com a idéia de revolução, assumida mais como aspecto identitário e estetizante que práxis. Possivelmente, a leitura mais completa dessa peça da resistência da nouvelle vague seja contornar qualquer classificação definitiva. Em vez do: essa juventude é isso ou é aquilo, abrigar a generosidade do real com a conjunção e: isso e aquilo.
Quemparticipou das marchas das liberdades, em São Paulo, Rio de Janeiro e outras metrópoles brasileiras, talvez compreenda melhor ao que me refiro, quando falo em percepção essencialmente ambígua. Porque foram manifestações urbanas eminentemente elitizadas, brancas, tocadas pelos filhos da classe-média. Não admira o pequeno porte, uns poucos milhares de manifestantes, nem a relativa aversão explicitada por grupos da periferia. No Rio, a marcha reuniu várias pautas, das LGBTT e feministas à resistência cultural anti-Ana de Hollanda e contra a propriedade autoral. No entanto, predominou a pauta da legalização da maconha. Uma reivindicação aliás fundamental, na medida em que essa proibição constitui uma das causas principais da violência urbana, de um controle social racista e da corrupção eleitoral. Por deficiências da organização, o maior interessado na legalização — o morador pobre e negro da periferia — não se mobilizou. Já a marcha dos 50 mil pelos bombeiros, há uma semana, se por um lado contou com desconcertante contingente das periferias cariocas, por outro se concentrou quase inteiramente na agenda corporativa salarial e por melhores condições, bem como pela libertação dos presos políticos. Percebe-se, de cara, a distância das recentes marchas em relação ao movimento generalizado do 15-M da Espanha e, com ainda maior separação, das revoluções árabes.
Daí tantas críticas às recentes passeatas e àquelas agendadas para o futuro próximo. Não passariam de espasmos da elite, despolitizados e impotentes. Seriam tão pateticamente comoventes quanto formar um cordão humano para abraçar a Lagoa Rodrigo de Freitas em nome da “paz”, ou quanto o ativismo-de-dondoca do Cansei, em 2007, que chegou ao cúmulo de vaiar aviões decolando. Essas críticas têm a sua razão de ser. De fato, muitos crêem que fazer a sua parte se limite a indignar-se ante a corrupção, reclamar dos políticos, reciclar o lixo, velar pelo tom politicamente correto, consumir orgânicos, ir ao emprego de bicicleta e minutar o seu dia numa mídia social qualquer. Tenho a impressão que essa atitude “consciente” seja até mais comum do que aquela de quem não está nem aí, que fica na sua vidinha privada, sem opinião, e no fundo só quer se dar bem.
Na dita geração Z, hoje com até 20 anos, a ausência de revolta parece ter se agravado. Quantas vezes não fui pessimista, e reclamei que essa geração não se rebela à vera. Não se revolta sequer contra os pais; adolescentes com dentes alinhados e narizes corrigidos, bem alimentados, bem cuidados, bem tratados por famílias perfeitinhas, parecem grandes laranjas brilhosas, mas sem carne e sem veia aberta.
Ampliando o espectro, a geração nascida da metade dos anos 1970 em diante não experimentamos nenhuma grande decepção histórica. Não vivenciamos 1968 ou 1989. Essas pessoas com até 40 anos fomos ensinados a desconfiar de grandes narrativas (noutras palavras, aderir acriticamente a uma única narrativa, a do capitalismo hegemônico, que assim se naturaliza e se reproduz). A descrença é sistematicamente endossada pela repetitiva culpabilização das ideologias e do pensamento radical, — condenados inapelavelmente pelos regimes de horror do século 20.
Essas críticas também têm a sua pertinência. Com efeito, o formato antigo de agremiações centralizadas, coesas numa verdade e altamente disciplinadas não cabe mais, pois não há mais Palácio de Inverno a se tomar. Num capitalismo globalizado, difuso e sem centro, a exploração se imiscui nas frinchas do cotidiano. Qualquer resistência eficaz deve ir além de dogmáticas e coletivos duros, para mexer com a produção de subjetividade. Nesse sentido, a Praça Tahrir, o 15M e, em menor grau, as marchas brasileiras de 2011, exprimem um caminho bastante oportuno. Mais que isso, nesse contexto, a constituição de redes produtivas autônomas (como os Pontos de Cultura, os coletivos de rap e hip-hop, a blogosfera de esquerda, o Fora do Eixo etc), o código colaborativo do software livre e da wikipídia, e mesmo o singelo ato de baixar e compartilhar conteúdos livremente pela internet, — tudo isso se torna imediatamente político e resistente.
Mas não deslumbremos. Em tempos de super-fluxos e redes de redes, não percamos a lucidez. Nada substitui a ocupação de ruas e praças. Nada substitui “uma rebeliãozinha de vez em quando“, o que, para Thomas Jefferson, é constitutivo da democracia. As marchas têm o papel de resgatar o movimento de rua, que a internet jamais substituirá. As novas formas de organização qualificam a ocupação intensiva do espaço público, jamais a dispensando. A força das redes não fica apenas no online, mas na articulação nas texturas urbanas, na organização e funcionamento da metrópole. Na realidade, o capitalismo condiciona os espaços, ritmos e escoamentos da cidade numa matriz totalmente contingente, que colapsa rápido nessas horas de rebelião. Como por sinal se viu em Túnis, Tahrir, Pérola, Puerta del Sol e Praça Catalunha, — que nada significariam se as pessoas não tivessem saído de suas casas para as mil crônicas da rua. Tomar ruas e praças continua essencial em qualquer democracia e deveria ser o hábito por excelência do cidadão.
Por tudo isso, conquanto as críticas mencionadas sejam pertinentes e mesmo necessárias, é preciso reconhecer uma abertura potente nas marchas de 2011. Pessimismo na razão, otimismo na ação. Tem algo aí que pode crescer tanto em quantidade, quanto qualitativamente (na intensidade do desejo). Faltou a revolta da periferia, sim, mas não faltaram conexões para que isso ocorra e em breve. O modo de desdobrar o movimento tem uma dinâmica expansiva. Afinal, as pessoas não ficaram em casa: nem diante do computador, nem em coletivos autofágicos como em A chinesa. Foram pra rua, generosos e sem preconceitos, pra conhecer o diferente, pra aprender coisas novas, pra se enredar com o outro. O desafio, agora, penso eu, está em recompor a classe em movimento. Consiste em desatar o nó, que impede que todas as demandas se reúnam
na sua diferença. Isto é, sem unificação numa única verdade, por uma única luta, por um único livro vermelho. É a mesma luta, diferentes.
–
“Para muita gente a verdadeira perda do sentido político consiste em se juntar a uma formação partidária, submeter-se a sua regra, sua lei. Para muita gente também quando se fala de apolitismo, fala-se antes de tudo de uma perda ou de uma ausência ideológica. Eu não sei o que vocês pensam quanto a isso. Para mim a perda política é antes de tudo a perda de si, a perda de sua cólera assim como a de sua doçura, a perda de seu ódio, de sua faculdade de odiar assim como a de sua faculdade de amar, a perda de sua imprudência assim como a de sua moderação, a perda de um excesso assim como a perda de uma medida, a perda da loucura, de sua ingenuidade, a perda de sua coragem como a de sua covardia, a de seu terror diante de tudo assim como a de sua confiança, a perda de suas lágrimas assim como a de seu prazer. É isso o que eu penso.” (Marguerite Duras, “La perte politique”, Cahiers du Cinéma nº 312-313, junho de 1980, apud Revista Contracampo).
Fonte: http://www.outraspalavras.net/2011/06/23/marchas-revolta-e-geracao/
A Marcha para Jesus, a Parada Gay e os medos

A Marcha para Jesus, evento convocado por várias denominações evangélicas e que acontece anualmente em São Paulo, reuniu muita gente ontem. Os organizadores falaram em 5 milhões. É um possível exagero. A Polícia Militar, em 1 milhão, mas esse número, deixou claro, dizia respeito apenas às pessoas que se concentravam na praça Heróis da FEB, na Zona Norte da cidade, local de chegada da caminhada. O ponto principal da concentração, a partir das 10h, era a Praça da Luz. Mas havia dezenas deles espalhados no trajeto. As ruas foram tomadas por um mar de fiéis.
Cinco milhões? É muito! Um milhão? É pouco! A verdade deve andar aí pela metade da soma dos dois números (3 milhões?), o que já é algo fabuloso, sobretudo porque, à diferença de algumas concentrações festivas ou de apelo carnavalesco, esta congrega pessoas com convicções religiosas, realmente engajadas na causa. Dispensam-se os curiosos de certos eventos, que ficam parados na calçada assistindo ao desfile de alegres bizarrices.
A marcha acontecia na Avenida Paulista e adjacências. Dados o número de pessoas e os transtornos óbvios que ela provocava no trânsito da cidade, as lideranças evangélicas concordaram com a mudança de lugar. Como Deus, a rigor, não precisa nem mesmo de um templo, também não precisa da Paulista. A tal Parada Gay, no entanto, que também reúne milhões (boa parte de curiosos) e que interfere drasticamente no direito de ir e vir, continua a ser realizada na avenida. Em nome de Deus, não se pode parar o trânsito, mas da causa gay, sim, de onde decorre um corolário: no que concerne ao direito de ir e vir ao menos, a militância homoafetiva está acima do divino… E o mesmo se diga dos que marcham em favor da maconha: a Paulista está vedada ao Deus cristão, mas aberta aos, como é mesmo?, cultores de Jah…
Como não resisto à ironia, é nessas horas que me ocorre lembrar certos doutores: todos os deuses dos gentios são demônios (xiii, lá vem protesto dos ignorantes que nem sabem do que estou falando…).
De saída, uma questão óbvia: ou a Marcha para Jesus volta para a Paulista, ou a Parada Gay sai da Paulista. E quem criou essa oposição não fui eu, mas o poder público. Adiante. Vocês sabem que o segredo de aborrecer é dizer tudo. Embora, do Jornal Nacional, tenha sobrado a impressão de que milhões estavam nas ruas só dando “vivas” a Jesus, a verdade é que o evento se caracterizou por duros discursos contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente pela reconhecimento da união civil entre homossexuais e pela liberação da Marcha da Maconha — uma decisão fere o Artigo 226 da Constituição; a outra, o Artigo 287 do Código Penal.
Informa a Folha: “O pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, chegou a recomendar aos fiéis que não votem em políticos que sejam favoráveis à união gay. ‘O povo evangélico não vai ser curral eleitoral’, disse. ‘Se governador, prefeito ou presidente for contra a família, não terá nosso voto.’ Para Malafaia, o Supremo ‘rasgou a Constituição’ ao permitir a união civil entre homossexuais. O pastor negou que seja homofóbico. No Congresso, 71 deputados e três senadores são ligados a igrejas evangélicas. (…) Pastor da Igreja Universal, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) criticou o ‘ativismo judicial’ e disse que ‘não é possível que seis iluminados se julguem capazes de decidir por 200 milhões’.”
Aqui só um reparo ao que diz Crivella: os 11 do Supremo têm, sim, o papel de decidir questões constitucionais que dizem respeito a 200 milhões. O que não podem fazer, aí sim, é atuar contra a letra da Constituição e dos códigos legais em nome do tal “ativismo judicial” ou o que seja. Até porque, havendo ativismo judicial de um lado, é quase certo que algum outro Poder — no caso, o Congresso — está a padecer de “passivismo legislativo”… E como eu não seria eu se não escrevesse o que vai agora, então escrevo: Crivella é da Universal do Reino de Deus, a seita liderada pelo lulista Edir Macedo. Macedo é um ardoroso defensor do aborto, como se pode ver aqui. E não tem pejo de recorrer à Bíblia, numa leitura torta, para justificá-lo. Eu diria que a defesa do aborto é uma violação da Constituição moral dos cristãos. Encerro o parágrafo e volto ao leito.
Este Brasil que marchou ontem costuma ser tratado a pontapés na “imprensa progressista”, tanto quanto aquele que marchará depois de amanhã parece carregar todos os valores do humanismo superior, embora ninguém tenha dúvida de qual deles está de acordo com os valores da esmagadora maioria dos brasileiros. Atenção! A maioria não está necessariamente certa só porque maioria — aliás, a história ensina que pode, eventualmente, estar estupidamente errada. Mas é de uma soberba estupenda que valores solidamente arraigados na cultura brasileira sejam tratados apenas como uma tolice do senso comum a ser superada por um ente de razão civilizador, que vai educar o povo ex officio.
Tenho para mim que as atuais oposições só voltarão ao poder no Brasil no dia em que não tiverem mais medo dos que marcharam ontem nem dos que marcharem depois de amanhã. São medos diferentes, evidentemente, mas que se combinam: num caso, a oposição teme parecer reacionária; no outro, teme não parecer progressista; em qualquer caso, fica imobilizada. Os crentes e os gays vão para a praça, e os oposicionistas ficam dando milho aos pombos…
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-marcha-para-jesus-a-parada-gay-e-os-medos/
Marchas em Escala regional
O Diretas Já foi um dos maiores movimentos da história do Brasil. Em 1983 e 1984, milhões de pessoas saíram as ruas em diversas manifestações a favor das eleições diretas para a presidência da república. Desde então, a luta pelos direitos e anseios do povo continuaram, mas as motivações passaram a ser outras. As causas políticas ficaram em segundo plano, para o crescimento da luta pelos direitos sociais e de liberdade de expressão. Em Joinville, nos últimos anos, algumas manifestações, como a Marcha para Jesus e a Parada da Diversidade, ganharam espaço e começam a se firmar. Mas o calendário ainda tem espaço para outras marchas. Neste ano, a grande novidade é a Marcha da Maconha, marcada para o dia 18 de setembro.
Organizada primeiro em Florianópolis, a Marcha da Maconha chega, este ano, à segunda cidade de Santa Catarina. Após alguma discussão, um grupo de 10 pessoas, intitulado Plante Ideias, resolveu realizar a marcha em Joinville, com o apoio do Instituto Cannabis. Segundo um dos organizadores, Bruno Camargo, a manifestação conseguiu ultrapassar algumas barreiras e recebe um apoio razoável da população. O vereador Maurício Peixer se posicionou contra, e encaminhou uma Moção ao prefeito Carlito Merss, que solicitava o impedimento da marcha. Isso porque, no entendimento dele, a manifestação caracteriza a apologia ao uso de entorpecentes. Bruno justifica que esta não é a motivação. “Estamos questionando uma mudança na lei e não mandando fumarem maconha. O objetivo é chamar a atenção para a mudança desta lei insana, que está contribuindo para o enriquecimento do tráfico”, diz.
O estudante Thiago Seco é um dos 500 participantes esperados pela organização para aderirem à marcha. Ele participou de manifestos não-oficiais nas cidades de Santos e São Paulo, como a Passeata Verde, ocorrida em 2004 na capital paulista, e é favorável a descriminalização da maconha para consumo pessoal. “Essa história de guerra contra as drogas não resolve em nada, só traz mais força e poderio ao tráfico”, diz. Para ele, qualquer movimentação, desde que seja de forma regrada e contextualizada, é válida. “Só o fato de fazer as pessoas levantarem de suas cadeiras e lutarem por um livre debate de ideias e respeito ao próximo, é estimulante”.
Para a socióloga Valdete Daufembach, as manifestações acontecem devido à falta de diálogo, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade. “Elas não conseguem o objetivo de imediato, mas conseguem abrir o diálogo. Primeiro, as pessoas passam a tolerar, depois começam a compreender e por fim vem a aceitação. E isso leva tempo”. Para ela, a Marcha da Maconha é positiva porque se trata de um tabu que será discutido. A socióloga defende, também, que a discussão não precisaria chegar as ruas se fosse antecipada pelas famílias e pela escola.
Apesar de a Constituição Federal garantir o direito à liberdade de expressão, o pastor Gilson Siqueira, presidente do Conselho de Pastores de Joinville, acredita que “a proposta deles é um desserviço a sociedade”. Ele defende que as pessoas que são a favor da descriminalização da maconha deveriam visitar as casas de recuperação para ver os danos causados pela droga. “Quando um camarada vem postular a marcha da maconha, ele é um aproveitador. Isso é inoportuno e vazio de conteúdo”, opina. Como presidente do conselho de pastores, Gilson é um dos organizadores da Marcha para Jesus, que, na edição deste ano, teve como tema “Joinville Contra as Drogas”. O evento aconteceu em julho e contou com a participação de cerca de 12 mil pessoas de várias religiões. “Mesmo com a chuva e o frio, as pessoas mostraram a motivação. Teve mães que levaram seus filhos, pessoas pobres e ricas, de todas as cores e idades”, conta o pastor. Todos os anos há um tema específico que visa a conscientização da população. Para o próximo ano, o tema ainda não foi definido, mas deve ser uma marcha verde, com uma proposta relacionada ao meio ambiente.
Assim como há pessoas que marcham pela fé, outras lutam pelos direitos da minoria. Há três anos, a Associação Arco -Íris realiza, em Joinville, a Parada da Diversidade. A luta coletiva contra a homofobia em Joinville começou em 2008, quando foi realizada a primeira edição. No ano seguinte, o evento ganhou força e foi contemplado pelo Mecenato Municipal, por meio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), recebendo R$ 40 mil de uma empresa que não quis mostrar a marca no evento. Além disso, a Prefeitura apoiou com R$ 25 mil, utilizado para a divulgação. No ano passado, talvez pela grande polêmica que o apoio municipal gerou na sociedade, o repasse foi cortado. A diferença entre a parada joinvilense e as demais é justamente o fator financeiro, pois foi criada com outros objetivos. Um dos organizadores do evento, Leonel Camasão, ressalta que as paradas de outras cidades são tratadas como atrações. “Em Florianópolis, o controle da parada é da indústria hoteleira, porque é um evento para turistas. Aqui é diferente”.
Em Joinville, a Parada da Diversidade não acontece sozinha. O evento é apenas uma das atrações da Semana da Diversidade, voltada ao público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Durante sete dias, a Associação Arco-Íris promove debate com especialistas, eventos acadêmicos e até exibições de produções cinematográficas ligadas ao tema. Para Camasão, este tipo de manifestação é positiva porque serve para colocar o assunto em evidência. “O problema existe. A cada 36 horas, um homossexual é assassinado. Esse é um espaço rico para expor tudo isso”, defende. Além de uma forma de debate, o evento também serve para dar maior visibilidade a comunidade LGBT. Neste ano, a organização do evento optou em não realizar a semana por causa de reformulações que acontecem na Associação, mas a Parada deve voltar novamente em 2012.
Fonte: http://www.ielusc.br/portal/?REVI&NOT=2247
Marchas e Paradas
BRASÍLIA

- O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira que a Justiça não pode proibir a realização de protestos em prol da descriminalização do uso de drogas. Foi o primeiro a votar no julgamento que decidirá se a Marcha da Maconha e eventos similares são o retrato da liberdade de expressão, ou apologia ao crime - como interpretam alguns juízes brasileiros. Para Celso, o Estado não tem o direito de proibir o exercício do livre pensamento, um pressuposto garantido na Constituição Federal.
Retirado de: http://oglobo.globo.com/politica/ministro-celso-de-mello-relator-do-processo-defende-marcha-da-maconha-2875301
Marcha contra a Corrupção
Cerca de 25 mil pessoas participaram nesta quarta-feira (7) da Marcha Contra a Corrupção, em Brasília. Com cartazes pregando o fim do voto secreto dos parlamentares e contra a absolvição da
deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), os manifestantes ocuparam toda a Esplanada dos Ministérios até a praça dos Três Poderes. Inicialmente, a Polícia Militar calculou em 10 mil o número de presentes à marcha, mas logo após o fim da manifestação admitiu que 25 mil compareceram. A organização contava com uma adesão entre 25 mil e 30 mil pessoas.
Organizada nas redes sociais – como o Facebook, o Twitter e o Orkut –, a marcha se valeu de cartazes e faixas, algumas bem-humoradas e outras mais radicais, para apelar a um sentimento de mobilização que não se via desde a época dos caras pintadas, quando houve o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
O técnico em processamento de dados Charles Guerreiro, 42 anos, organizou um pequeno grupo com vassouras e baldes de água e sabão. O objetivo era, nas palavras dele, ajudar a presidente Dilma Rousseff a continuar a “faxina” contra a corrupção. Juntos, lavaram a entrada do Ministério da Agricultura.
- Nós sabemos que o dinheiro que alimenta a corrupção retira direitos do cidadão como saúde e educação. Não aceitamos mais esse desrespeito com a população. Exigimos o fim da impunidade e do voto secreto. Queremos saber quem são os ladrões que acobertam os outros.
O estudante de Relações Internacionais George Marques, 21 anos, foi um dos organizadores da marcha. Segundo ele, os jovens querem mudanças na política brasileira, com renovação dos parlamentares e um combate mais efetivo aos desvios de dinheiro público.
- Passamos muito tempo calados, mas agora estamos vivendo uma situação insustentável. Se o governo diz que precisamos crescer, precisa antes fechar a torneira de dinheiro público que abastece os políticos. Pagamos nossos impostos e merecemos ter dignidade como cidadãos que ainda acreditam numa política bem feita.
Prevista para começar às 10h, a marcha só saiu do lugar de concentração, o Museu da República, meia hora depois. A intenção de cantar o Hino Nacional na frente do palanque de autoridades que assistia ao desfile de Sete de Setembro foi por água abaixo com o atraso. Dispostos a mostrar volume, a organização decidiu percorrer a Esplanada dos Ministérios até o pavilhão nacional, a bandeira que fica próximo ao Palácio do Planalto.
Pressionando a Polícia Militar, que tentava evitar a aproximação do público do local de trabalho da presidente Dilma, os manifestantes conseguiram ultrapassar a barreira formada e deram a volta por trás do Congresso para retomar a marcha pelo outro lado da Esplanada, onde mais cedo ocorreu o desfile militar.
Segue abaixo o link da reportagem completa:
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/marcha-contra-a-corrupcao-reune-cerca-de-10-mil-pessoas-em-brasilia-20110907.html
Marchas e Paradas
Está virando moda realizar paradas e marchas que abordem alguma reivindicação, ou que demonstre a força de determinada entidade de classe ou religiosa, ou mesmo de um movimento corporativista. Todas elas, com certeza, justas e democráticas. As marchas e paradas não solucionam, mas, são instrumentos importantes para chamar a atenção sobre algum problema que não recebe a devida atenção (Marcha a favor da maconha) e outras que servem também para chamar à atenção, a atenção, a atenção (Parada gay). E , antes que os plantonistas da moral e do politicamente correto se manifestem, quero esclarecer que sou totalmente a favor de qualquer tipo de marcha: nupcial, atlética, fúnebre, eqüina, militar, olímpica, marcha rancho e até marcha
soldado cabeça de papel, exceto apenas a marcha à ré. Quanto às paradas, também não tenho nada contra, a não ser a parada cardiorrespiratória. Acredito ainda, que este “sintoma” que acontece não somente no Brasil, é uma prova de que o organismo social está reagindo da sua aparente apatia. Contudo, vamos combinar: temos muitas marchas e paradas que embora legítimas, nos fazem refletir em outras de maior importância sobre o ponto de vista social, que não acontecem com a mesma força e comprometimento da comunidade. Por exemplo, a corrupção. Há tempos convivemos com a corrupção generalizada notadamente na esfera política
brasileira e o que acontece? Apenas algumas iniciativas pontuais em alguns Estados do nordeste, verdadeiras marchas lentas em relação à rapidez com o que o problema se espalha no país, atingindo todas as instituições públicas. E vale lembrar, com pouquíssima divulgação na mídia nacional.
Quer outro assunto que poderia entrar nas paradas de sucesso? A carga tributária. Temos sabidamente uma das maiores cargas tributárias do mundo que dificultam (ou impedem) o desenvolvimento do país e o assunto não mobiliza, como deveria, toda a sociedade, notadamente os empresários brasileiros. Outras marchas e paradas possíveis: Marcha dos professores, Parada dos Aposentados, Passeata a favor da Reforma Política etc.
Em Poços de Caldas, poderíamos ter a Marcha do Monotrilho (por uma solução para o problema), Passeata contra o aumento do número de vereadores, Parada dos Turistas (pela melhoria da qualidade de serviços na rede hoteleira) e tantos outros assuntos que, com certeza, merecem a mobilização quer de uma classe, quer abordando um problema específico, muitos que o próprio leitor poderia sugerir. Tempos atrás, usava-se a expressão “sociedade civil organizada” quando se desejava exprimir a força de uma coletividade no exercício da cidadania. Com o tempo, o termo caiu em desuso, pois, temos hoje o “crime organizado” de um lado e, de outro, uma sociedade cada vez menos coletiva e mais individualista.
Finalizando, tomara que estes movimentos cresçam. Somos tão favoráveis às marchas e paradas, que ousamos propor: que tal uma marcha ou parada contra as marchas e paradas? Afinal, elas
atrapalham muito o trânsito.
Fonte:http://horadaverdadeoutrostextosforadehora.blogspot.com.br/2011/07/marchas-e-paradas_17.html
- Passamos muito tempo calados, mas agora estamos vivendo uma situação insustentável. Se o governo diz que precisamos crescer, precisa antes fechar a torneira de dinheiro público que abastece os políticos. Pagamos nossos impostos e merecemos ter dignidade como cidadãos que ainda acreditam numa política bem feita.
Prevista para começar às 10h, a marcha só saiu do lugar de concentração, o Museu da República, meia hora depois. A intenção de cantar o Hino Nacional na frente do palanque de autoridades que assistia ao desfile de Sete de Setembro foi por água abaixo com o atraso. Dispostos a mostrar volume, a organização decidiu percorrer a Esplanada dos Ministérios até o pavilhão nacional, a bandeira que fica próximo ao Palácio do Planalto.
Pressionando a Polícia Militar, que tentava evitar a aproximação do público do local de trabalho da presidente Dilma, os manifestantes conseguiram ultrapassar a barreira formada e deram a volta por trás do Congresso para retomar a marcha pelo outro lado da Esplanada, onde mais cedo ocorreu o desfile militar.
Segue abaixo o link da reportagem completa:
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/marcha-contra-a-corrupcao-reune-cerca-de-10-mil-pessoas-em-brasilia-20110907.html
Marchas e Paradas

Está virando moda realizar paradas e marchas que abordem alguma reivindicação, ou que demonstre a força de determinada entidade de classe ou religiosa, ou mesmo de um movimento corporativista. Todas elas, com certeza, justas e democráticas. As marchas e paradas não solucionam, mas, são instrumentos importantes para chamar a atenção sobre algum problema que não recebe a devida atenção (Marcha a favor da maconha) e outras que servem também para chamar à atenção, a atenção, a atenção (Parada gay). E , antes que os plantonistas da moral e do politicamente correto se manifestem, quero esclarecer que sou totalmente a favor de qualquer tipo de marcha: nupcial, atlética, fúnebre, eqüina, militar, olímpica, marcha rancho e até marcha
soldado cabeça de papel, exceto apenas a marcha à ré. Quanto às paradas, também não tenho nada contra, a não ser a parada cardiorrespiratória. Acredito ainda, que este “sintoma” que acontece não somente no Brasil, é uma prova de que o organismo social está reagindo da sua aparente apatia. Contudo, vamos combinar: temos muitas marchas e paradas que embora legítimas, nos fazem refletir em outras de maior importância sobre o ponto de vista social, que não acontecem com a mesma força e comprometimento da comunidade. Por exemplo, a corrupção. Há tempos convivemos com a corrupção generalizada notadamente na esfera política
brasileira e o que acontece? Apenas algumas iniciativas pontuais em alguns Estados do nordeste, verdadeiras marchas lentas em relação à rapidez com o que o problema se espalha no país, atingindo todas as instituições públicas. E vale lembrar, com pouquíssima divulgação na mídia nacional.
Quer outro assunto que poderia entrar nas paradas de sucesso? A carga tributária. Temos sabidamente uma das maiores cargas tributárias do mundo que dificultam (ou impedem) o desenvolvimento do país e o assunto não mobiliza, como deveria, toda a sociedade, notadamente os empresários brasileiros. Outras marchas e paradas possíveis: Marcha dos professores, Parada dos Aposentados, Passeata a favor da Reforma Política etc.
Em Poços de Caldas, poderíamos ter a Marcha do Monotrilho (por uma solução para o problema), Passeata contra o aumento do número de vereadores, Parada dos Turistas (pela melhoria da qualidade de serviços na rede hoteleira) e tantos outros assuntos que, com certeza, merecem a mobilização quer de uma classe, quer abordando um problema específico, muitos que o próprio leitor poderia sugerir. Tempos atrás, usava-se a expressão “sociedade civil organizada” quando se desejava exprimir a força de uma coletividade no exercício da cidadania. Com o tempo, o termo caiu em desuso, pois, temos hoje o “crime organizado” de um lado e, de outro, uma sociedade cada vez menos coletiva e mais individualista.
Finalizando, tomara que estes movimentos cresçam. Somos tão favoráveis às marchas e paradas, que ousamos propor: que tal uma marcha ou parada contra as marchas e paradas? Afinal, elas
atrapalham muito o trânsito.
Fonte:http://horadaverdadeoutrostextosforadehora.blogspot.com.br/2011/07/marchas-e-paradas_17.html
Ceagesp consegue liminar para evitar manifestações
São Paulo - A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) conseguiu na Justiça uma liminar de reintegração de posse para evitar manifestações de sindicalistas em suas dependências e, com isso, acabou com a paralisação dos comerciantes. O protesto, que durou um dia e meio, impediu a entrada de grande número de caminhões no entreposto e resultou em prejuízo de pelo menos R$ 21 milhões. Motoristas e vendedores são contra a cobrança de uma taxa de permanência de automóveis e caminhões na Ceagesp, que eles chamam
de "pedágio". De acordo com a tabela apresentada por edital, carros vão pagar R$ 6 pela primeira hora; caminhões de dois eixos, R$ 4 nas quatro primeiras horas, R$ 10 por 10 horas e R$ 50 a diária. Os caminhões maiores terão de pagar taxa de R$ 60.
A Ceagesp e os representantes de sindicatos acordaram que o edital vai ficar suspenso por 15 dias, prorrogáveis por mais 15, para que diversos pontos sejam repensados - incluindo uma possível exceção para os vendedores de flores, que usam o caminhão não para descarregar, mas
como ponto de venda. O acordo já havia sido feito verbalmente na terça-feira. Nesta quinta-feira, porém, os permissionários assinaram um termo de compromisso com a Ceagesp para suspender as manifestações. Alguns setores já voltaram ao trabalho.
Na sexta-feira, 30, a promessa é de movimento normal - caso manifestantes impeçam a entrada de caminhões e compradores, como aconteceu nesta quinta-feira, a liminar do juiz Julio César Silva de Mendonça Franco requisita a "força policial necessária" e autoriza o arrombamento dos portões, "se necessário". Nesta quinta-feira, a Polícia Militar conteve os manifestantes do lado de fora, mas não conseguiu entrar no entreposto.
Mercados pequenos e feiras foram afetados pela paralisação - itens de hortifrúti chegaram a faltar, mas de "maneira pontual", segundo a Associação Paulista de Supermercados. "Tivemos relatos de problemas em toda a cidade, em mercados menores", diz o diretor comercial da entidade, Martinho Paiva Moreira. Alguns tiveram de ir buscar frutas e verduras diretamente dos produtores ou compraram no Mercado Municipal de São Paulo.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/03/29/ceagesp–consegue-liminar-para-evitar-manifestacoes.htm
Texto do novo Código Florestal provoca manifestações em Brasília
Ambientalistas fizeram manifestação em frente ao Congresso.
Protesto reuniu 1,5 mil pequenos agricultores, pescadores e ambientalistas.
A reforma do Código Florestal voltou a agitar Brasília essa semana. A Câmara dos Deputados retomou os trabalhos e os ambientalistas fizeram manifestação em frente ao Congresso. Uma enorme bandeira do Brasil foi estendida para protestar contra o projeto de lei do Código Florestal que está em discussão na Câmara. Na última quarta-feira (07), 1,5 mil pequenos agricultores, pescadores e ambientalistas se reuniram em frente ao Congresso Nacional em Brasília. Eles acreditam que o projeto de lei não protege a natureza.
“Nós entendemos é que o texto da Câmara era um manifesto ruralista. O texto do Senado deu a esse manifesto caráter de lei, mas ainda é na essência os elementos que os ruralistas querem: anistia, fragilização dos estudos da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente. Enfim, não é o que a sociedade necessita”, diz Luiz Zarref, arônomo da Via Campesina.
No mesmo dia do protesto, o relator na Câmara, deputado Paulo Piau, divulgou o seu relatório com as mudanças que está propondo no código. Do texto do Senado, 15 pontos foram excluídos e 11 foram substituídos pelo projeto original que saiu da Câmara dos Deputados. Mas o código ainda promete render muita polêmica. Os ruralistas anunciam um cenário pessimista, onde o país deixaria de produzir em milhões de hectares.
“O Meio Ambiente veio com a tese de que seriam apenas 33 milhões de hectares. Se for pelo dado do Ministério do Meio Ambiente, veja a quebra que teremos nas áreas produtivas do país. Quem será penalizado? O cidadão brasileiro, a cesta básica e a economia nacional, que não terá como arcar com seus compromissos. E nós entraremos em uma crise profunda”, diz Ronaldo Caiado, deputado federal do DEM – GO.
O relator do projeto na Câmara rebateu. “Eu procurei nesses dois últimos meses saber quantos milhões de hectares o setor produtivo perderia e passaria para o meio ambiente. Não existe esse dado. Tem chute, mas dado real não. Quantos produtores também poderiam ser desocupados do campo também não temos esse dado. Então, estamos aprovando uma lei sem saber, evidentemente, a sua consequência”, diz Paulo Piau, deputado federal do PMDB – MG.
A semana terminou num impasse. A bancada ruralista não concorda com muitas alterações feitas no texto do Senado que o relator da Câmara quer manter. Diante do risco dos deputados aprovarem mudanças profundas no projeto, o governo reagiu. Na última quinta-feira (08), a ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, declarou que o governo não quer mudanças no texto do Senado. As lideranças vão continuar tentando um acordo nos próximos dias, mas na prática ninguém sabe a data em que será possível votar o código na Câmara dos Deputados. As discussões para mudar o atual Código Florestal começaram na Câmara dos Deputados em junho de 2007. Foi uma audiência pública convocada pela Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/03/texto-do-novo-codigo-florestal-provoca-manifestacoes-em-brasilia.html
Marchas contra corrupção organizadas por meio de redes sociais vão às ruas hoje em capitais e cidades do interior “Milhares de internautas organizaram, por meio das redes sociais, um grande protesto contra a corrupção nesta quarta-feira (7), Dia da Independência, em todas as capitais e também em cidades do interior.”
“As manifestações também estão sendo divulgadas via Orkut e Twitter. Na rede de microblogs, as hashtags utilizadas são #todoscontraacorrupcao, #LutopeloBrasil, #setembronegro, entre outras.”
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2011/09/07/marchas-contra-corrupcao-organizadas-por-meio-de-redes-sociais-vao-as-ruas-hoje-em-capitais-e-cidades-do-interior.htm
Marchas reprimidas se transformam em marchas pela liberdade (15/06/11)
“A marcha nacional da liberdade ocorre neste sábado (18) em pelo menos 35 cidades brasileiras com um objetivo em comum: impedir que a repressão às manifestações políticas se torne cada vez mais constante no Brasil.”
“Renato Cinco, um dos organizadores da marcha da liberdade do Rio de Janeiro, diz que a manifestação deve agregar principalmente o movimento gay e o movimento cultural da cidade. “Tem havido uma política de criminalização aos movimentos sociais, então é natural que essa reação aconteça. Acho que os movimentos sociais, com a política de não confrontar o governo Lula nos últimos anos, acabaram ficando letárgicos. Espero que essa letargia esteja passando”, afirma. “
“Aqui em Natal, vivemos uma situação de sucateamento. Esperamos que a marcha agregue os movimentos de contestação que já estão na luta pelo impeachment, além de partidos, organização de mulheres e participantes de outras marchas como a marcha das vadias e da maconha”, espera Isabela Bentes, uma das organizadoras da marcha da maconha e também da marcha da liberdade.”
“Estamos vivendo um momento em que as pessoas estão indignadas e querem ir para a rua, mas não sabem direito como. A marcha da Liberdade está servindo para esses indivíduos começarem de algum jeito”. Segundo Takahashi, duas das principais redes que organizam a marcha em São Paulo, os integrantes da marcha da maconha e do Circuito Fora do Eixo, tem extensões nacionais, o que facilita a amplitude do movimento.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/6593
A Marcha da Liberdade em São Paulo reuniu 2 mil pessoas na avenida PaulistaMarchas vão às ruas do País por liberdade, respeito e protestoLiberadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, as marchas a favor da descriminalização do uso de drogas se transformaram em eventos pela liberdade em dezenas de cidades brasileiras neste sábado. Com cartazes que iam do apoio à revolta dos bombeiros no Rio de Janeiro ao protesto contra o machismo, passando por críticas ao ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci e à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, milhares de pessoas se reuniram para marchar nas ruas de capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS).
Ao contrário do que aconteceu no mês passado em algumas edições proibidas pela Justiça da Marcha da Maconha, as manifestações ocorrem com tranquilidade - menos para alguns motoristas que, irritados com a ocupação de faixas de grandes avenidas, não hesitaram em escorregar a mão para a buzina. Apesar de registros de consumo explícito de maconha no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), por exemplo, ninguém foi detido.
A maior manifestação aconteceu na capital paulista, onde 500 pessoas se reuniram no início da tarde junto ao Masp para confeccionar o material para a marcha e confraternizar, com música e dança. Quando a marcha iniciou pela avenida Paulista, mais simpatizantes chegaram e ingressaram no movimento, que chegou a juntar 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.
No Rio de Janeiro, o tempo bom incentivou os cerca de 1 mil participantes, conforme os organizadores, a marchar pela orla da Praia de Copacabana, com faixas como "maconheiros apoiam os bombeiros" e "legalize a liberdade". Aos ativistas pela descriminalização da droga, se juntaram manifestantes contra a homofobia e a favor da descriminalização do aborto. Policiais militares acompanharam o grupo por todo o trajeto, que terminou em frente ao hotel Copacabana Palace.
Já na capital paranaense a marcha reuniu poucas pessoas, cerca de 200, segundo a polícia, número muito abaixo do esperado pela organização da passeata - que aguardava 2,5 mil pessoas. Também com uma variedade de reivindicações, os manifestantes seguiram pelas ruas do centro da cidade e interromperam o tráfego para fazer declarações. Uma delas falou sobre a opressão do Estado, citando como exemplo a prisão dos 400 bombeiros que invadiram o quartel general do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro.
Em diversas cidades, as marchas da Liberdade se uniram à das Vadias, movimento que ficou popular internacionalmente depois de um protesto no Canadá contra um policial que afirmou que as roupas usadas por determinadas mulheres facilitariam a ocorrência de casos de violência sexual. Para uma das organizadoras da Marcha das Vagabundas em Florianópolis (SC), na convergência dos movimentos estava visão de que todos podem usar seu corpo como quiserem. Aliadas, as marchas reuniram cerca de 300 jovens, que terminaram os atos em uma "vigília" diante da residência oficial do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD).
Com muitos cartazes contra a opressão masculina, cerca de 800 manifestantes, a maioria mulheres, se reuniram em Brasília para protestar contra a violência de gênero e o assédio sexual. Também unida à marcha pela legalização da maconha, as organizadoras da passeata reafirmaram suas condições de mulheres livres, dispensando o rótulo de santas ou prostitutas.
Fonte:http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5194005-EI8139,00-marchas+vão+as+ruas+do+Pais+por+liberdade+respeito+e+protesto.html
